quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Mar e estupidez

Um dia alguém disse muito sabiamente:

"É GRANDE A VASTIDÃO DO MAR,
MAS É MAIOR A DA ESTUPIDEZ HUMANA"


Voltarei a cada um destes temas brevemente!!!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ela & Ele

Ele murmurou "que medo". Ela respondeu " eu não tenho medo" e abraçou-o.
Ele perguntou "tens a certeza?". Ela deu-lhe a mão.
Ele levou-a. E ela foi.
Ele disse "o que mais gosto em ti é a tua força". Ela sorriu.
Ele disse "vais arrepender-te". Ela não acreditou.
Ele abraçou-a. Ela deu-lhe o corpo.
Ele amou-a. Ela deu-lhe a alma.
Ele sugou-lhe a força. Ela deixou.
Ele viveu.
Ela morreu.

Chopin - NocturnO Op.9 Nr.2

Ah! Chopin, Chopin...

Observações

Benoit Mandelbrot dizia: “...quando observamos dois fractais numa escala 1:1, estes têm exactamente a mesma aparência, mas se os observarmos numa dimensão 1:1.000.000, as figuras observadas são completamente diferentes.”

Assim é o ser humano, visto ao longe, numa observação imaginada ao grau cósmico, somos todos iguais mas, quando ampliados, somos todos diferentes e todos ocupamos espaços e tempos diversos.

...



“As núvens não são esferas, montanhas não são cones, continentes não são círculos, um latido não é contínuo e nem o raio viaja em linha reta.” - Benoit Mandelbrot -

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ilusão

Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos. Atingir-se-à assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentimentos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as ideias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstractas, e as abstractas a concretas. Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Especulação

Já especulei se o Universo terá igual "simetria" dos fractais. Se ampliando um átomo um número suficiente de vezes vamos encontrar o mesmo Universo de partida. Não acredito que eu exista nesse Universo… apenas a estrutura seria igual, suponho; mas a ideia não deixa de ser terreno fértil para divagações:
Supôr que existe vida infra-atómica, por exemplo, leva-nos um passo mais longe na compreensão da existência de vida no nosso Universo. Poderíamos ser o produto de sub-atómicos seres inteligentes, que teriam arquitectado as primeiras células, que por sua vez nos construíram. Afinal, não somos demasiado perfeitos para sermos fruto do acaso? Não denota toda a estrutura biológica uma inteligência, reveladora duma intencionalidade abrangente? Os religiosos, que são muitos de nós, pensam que sim. A metáfora de que o Homem foi feito à imagem de Deus teria assim uma nova expressão: o nosso criador seria neste caso os seres sub-atómicos. E nós, por "simetria fractal", seríamos feitos à sua imagem. O dom da ubiquidade também estaria de acordo com esta teoria: a vida apresentar-se-ia em toda a parte e, com ela, o projecto divino… em todos os estratos a sua assinatura… Enfim, muita imaginação poderá decorrer desta hipótese. A outro nível, poderíamos ver nos vírus, que são materiais inertes a maior parte do tempo, colónias de seres sub-atómicos, prontos a piratearem a primeira vítima que apareça para proliferarem na dimensão que lhes é imediatamente superior. Etc etc etc…
Acabar com etc.? Hum, isto hoje não está a correr nada bem, runft!
Vou beber um chá gelado e já volto.

Ice Tea Fractal

Sol...

É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o Sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.

- Alberto Caeiro -

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cansaço

O cansaço de todas as ilusões e de tudo que há nas ilusões - a perda delas, a
inutilidade de as ter, o antecansaço de ter que as ter para perdê-las, a mágoa de
as ter tido, a vergonha intelectual de as ter tido sabendo que teriam tal fim.
A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência.
Há inteligências inconscientes - brilhos do espírito, correntes do entendimento,
mistérios e filosofias - que têm o mesmo automatismo que os reflexos
corpóreos, que a gestão que o fígado e os rins fazem de suas secreções.

- Bernardo Soares -

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Goo Goo Dolls - Iris

And I'd give up forever to touch you
´Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
And sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

And you can't fight the tears that ain't coming
Or the moment of truth in your lies
When everything feels like the movies
Yeah you bleed just to know you're alive

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Dia dos Namorados

AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
.
.- Luís de Camões -
.
Por incrível que pareça nenhum outro poema existente neste mundo expressa tão bem o nosso amor! Amar-te-hei sempre!!!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

"Ode" aos Fractais

No cerne da análise estatística existe um elemento-chave para o estudo de qualquer associação: chama-se Teste de Hipóteses. Não basta demonstrar que uma associação é factível (hipótese alternativa), mas também provar que esta associação não ocorreu ao acaso, por mera coincidência (hipótese nula).

Encontrar pessoas, por exemplo, é apostar na veracidade do sentimento que elas porventura nos ocasionam. Em consequência, iniciamos relações julgando que "os outros" sentem o mesmo que nós ou, pelo menos, sentimentos correlatos. Cada nova relação é novo remédio, tentativa de provar que, à parte escolhas erradas anteriores, podemos acertar. E por isso sonhamos, queremos, fazemos. Cremos ter nas mãos o Livro do Destino, com maiúsculas; cremos escrevê-lo, quando na verdade talvez sejamos apenas personagens, ou, se muito, leitores esforçados. Mas colocamos as nossas vidas nas mãos desta hipótese alternativa, acreditamos piamente que “tudo está interligado”, que “o acaso não existe”, que “nem um fio de cabelo jamais cairá de nossas cabeças se Deus Pai não o permitir” e quetais.

Mas e se tudo for por acaso? Se em vez de Destino, formos governados pelo Caos puro e simples? Seria assim tão mau? Ou, por outro lado, será que não haveria nada de bom e aproveitável? Por exemplo, quantos esforços seriam economizados, quanto sofrimento minimizado, quantos desencontros evitados?

Se em vez de sermos, pontualmente, um para o outro, “a pessoa certa na hora errada”, ou “a pessoa errada na hora certa” – como tantas vezes em nossa vida pensamos a respeito de alguém - fossemos todos e em cada momento, tão somente átomos conscientes, humildemente governados por abstracções físicas (“leis”?) que jamais chegaremos a entender? Seremos nós, unidades humanas, tão diferentes assim do restante do Universo? Por que ansiamos tanto por explicações, soluções, respostas, interacções e despedidas? Será que não perdemos nesta eterna busca de sentido, quando o Universo inteiro ao nosso redor é uma estonteante ode à diversidade e ao caos?

Munidos, então, por um “novo” empirismo, talvez conseguíssemos ver fractais coloridos invadindo o nosso planeta, deixando marcas definitivas nas nossas vidas, no nosso habitat e na nossa cultura. A hipótese nula venceria. Livres enfim, poderíamos esperar dos outros o nada que é sensato esperar, recebendo com ainda mais fervor cada bem-querer, cada apreço, cada gostar – como eléctrons que se chocam na periferia de nossa estruturas atómicas.

Tudo poderia ser diferente.
Texto da autoria de Renato van Wilpe Bach

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Elis Regina - Fascinação


Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor

Aconteça o que acontecer, quero que saibas que eu amar-te-hei sempre...

Abismo

Estava pra ler o olhar…
Acendeu um cigarro e pensou um pouco mais.
Queria ver até onde iria aquela situação.
Trinta minutos mais tarde via-se só, sem sequer saber o que se passara.
Abriu a janela para apanhar ar e assustou-se com o vento: Forte e fresco como nunca tinha reparado.
Pensou mais. Nada de sorrisos.
E os carros não pararam como ela tinha planeado. Nem as pessoas observavam abismadas o facto.
Não queria, mas o pé escorregou.
Viu-se, por alguns segundos, a flutuar.
E num som seco despediu-se da dor.