terça-feira, 11 de dezembro de 2012

De génio e de louco...




"Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. E não respeitam o status quo. Podemos citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que não podemos fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as  pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam"


- Jack Kerouac -

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

"DING AN SICH" ou outra coisa qualquer...

Segundo Kant nós fazemos parte de, em vez de percebermos a realidade. Ele afirmou que todos os nossos sentidos são filtrados pelo sistema nervoso, que nos fornece um retrato do que chamamos realidade. Na verdade, essa realidade não passa de uma quimera, uma ficção que surge dos conceitos e catalogações feitos pela mente. Conceitos são também a causa e o efeito, sequência, quantidade, espaço e tempo; são construções e não entidades, isto é, coisas ou factos que possam existir , na natureza.

Além disso, não podemos ver uma versão do que está, não temos como saber o que está realmente lá, ou seja, o que existe antes do nosso processo perceptivo e conceitual. Essa primeira entidade, que em alemão Kant chama de ding an sich (a coisa em si), está e precisa de estar para sempre desconhecida por nós.

Embora, por seu turno, Schopenhauer concorde que não podemos conhecer a coisa em si, acredita que podemos chegar mais perto dela do que acha Kant. E que Kant menosprezou uma grande fonte de informação do mundo perceptível (o mundo fenomenal): nosso próprio corpo! O corpo é um objeto material. Existe no tempo e no espaço. E nós temos um enorme e rico conhecimento do corpo que não vem através da percepção e da conceituação, mas de dentro, dos sentimentos.

Adquirimos um conhecimento através do corpo que não podemos conceituar e comunicar porque a maior parte de nossa vida interior é desconhecida para nós. A vida interior é reprimida e não pode ser consciencializada porque conhecer a nossa natureza mais profunda (nossa crueldade, medo, inveja, desejo sexual, agressividade, egoísmo) seria um peso maior do que poderíamos aguentar.

O tema parece conhecido? Faz lembrar aquela velha teoria freudiana do inconsciente, do processo primitivo, do id, repressão, auto-ilusão?...

Como compreendemos essas forças inconscientes? Como fazemos com que elas se comuniquem entre si? É que, na realidade, embora não possam ser conceituadas, podem ser sentidas…

E o que penso eu?  A Lyra pensa que tem um qualquer defeito quimico que a faz consciencializar demasiado a sua vida interior!

Mas, na (minha) realidade, eu já não sei (de) nada…

Alguém por aí sabe?!

Eu..., sem rumo...
Lyra

domingo, 25 de novembro de 2012

Assim Falava Zaratustra

Zaratustra falava assim ao povo e hoje em dia o eco dessas palavras continua a mais actual das verdades:"É tempo que o homem cultive o germe da mais elevada esperança. Eu vo-lo digo: É PRECISO TER UM CAOS DENTRO DE SI, PARA DAR À LUZ UMA ESTRELA BAILARINA. Eu vo-lo digo: tendes ainda um caos dentro de vós" - (Nietzsche, 1979) -

Zaratustra falava assim ao povo e hoje em dia o eco dessas palavras continua a mais actual das verdades:"É tempo que o homem cultive o germe da mais elevada esperança. Eu vo-lo digo: É PRECISO TER UM CAOS DENTRO DE SI, PARA DAR À LUZ UMA ESTRELA BAILARINA. Eu vo-lo digo: tendes ainda um caos dentro de vós"

 - Nietzsche -

sexta-feira, 27 de julho de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Estado de Fotografia



Estado de Fotografia

Estou morrendo
como morre uma foto
Sufocada num álbum
de recordações
O rosto já quase sem brilho
O mesmo sorriso amarelo
E aquele jeito bobo
de quem vive por viver.

Estou morrendo
como morre uma foto
Entre maus comentários
e olhos me perdi
Envelhecendo num mesmo gesto
Mecânico e descomprometido
Entrego diariamente
meu desejo de crescer.

Paralisei minha vida
que geme guardada
Matei minha busca
Fechei minha estrada
Vou dar meia volta
Pra recomeçar.
Eu não posso escorrer
pelo mundo
Vivendo por nada
Num eterno ESTADO
DE FOTOGRAFIA
Não tenho direito
de me acomodar

Paralisei minha vida
que geme guardada
Matei minha busca
Fechei minha estrada
Vou dar meia volta
Pra recomeçar...

sábado, 21 de janeiro de 2012

Cansaço

Às vezes apetece-me desistir!!!

Às vezes não entendo como consigo viver assim...Uma vida igual todos os dias...
Todos os dias são matemáticos, cansativos, sem sal nem sumo!
Acordar, tratar do rebento, trabalhar, buscar rebento, passear a cadela, dar banho ao banho, fazer comida, lavar a loiça, dar comida à gata e à cadela, arrumar um pouco da desarrumação do dia anterior, ver 5 minutos de televisão desinteressante ou ir à internet, aos mesmos sítios que vou todos os dias e cama que amanhã à mais disto.

Estou farta! O que me faz continuar? O rebento e o maridão: o amor e preocupação por eles...mais nada. São eles que me fazem andar em frente e passar os dias cinzentos à espera do Sol. O pior é que, às vezes, mesmo quando o Sol aparece...não chega para recuperar dos dias cinzentos.

O estado de confusão mental é tão grande que só me apetece entrar pelo mar a dentro e ir sempre em frente!

Tenho plena consciência de que se não tivesse esse mar..., se não tivesse vindo viver para este cantinho do céu, já teria desistido!!!

Sim, eu sei que tenho sorte e tenho (quase) tudo para ser feliz, aliás é também esse pensamento que me mantém, mas aquele "quase" é tão forte!!! O quase chama-se falta de dinheiro, mais falta de equilibrio mental e emocional...

E de repente a alegria e entusiasmo de ter, em tempos de plena crise, arranjado emprego, desvanece-se entre a rotina de um trabalho que ainda não domino (tenho medo de nunca dominar) e que me castra a liberdade . Mas, no meio de tudo isto sei que me devia dar por feliz...sim eu sei. Mas também sei que sou fraca e estou farta de ser fraca!!!

Queria tanto ser LIVRE!! De horários meus e dos outros, de obrigações, de tempestades e emoções...

Queria apenas entrar pelo mar dentro e ir sempre em frente, sem olhar para trás e sem nunca parar de andar...Nem para isso tenho coragem.

Não tenho tempo sequer para pensar...e quando o tenho fico assim...cheia de vontade de desistir. E a confusão mental apodera-se de mim... Porquê?

Depois, no meio de isto tudo, oiço o meu rebento a cantar e tudo me parece fazer sentido...Lá fora está Sol...Ele brinca e ri com a nossa gatinha...Lindo menino!!!

Mas não chega!

Muitas são as vezes que sinto que são pequenas coisas como um "lá-rá-rá-lá-rá" do meu filho que fazem a vida valer a pena e esse pensamento leva-me a continuar...aqui...neste remoer...e sinto-me como se estivesse a andar em frente e de repente olho para baixo e os meus pés estão no mesmo sítio e não avancei nem um milimetro. Onde estará a ilusão de andar em frente? Na realidade ou na minha cabeça?

Porque tudo me parece um fardo TÃO GRANDE quando tenho tempo para pensar?

Será que a falta do meu amor ao pé de mim (foi trabalhar para Moçambique 3 semanas e falta 1 para voltar), me tolhe as ideias. Será que é isso que hoje, num dia de Sol radiante, me faz estar deprimida desta maneira?

Porque há alturas em que sou tão forte e levo o barco para a frente com determinação e a certeza de que tudo correrá bem, e há outros que me apetece simplesmente fugir...andar pelo mar dentro e não olhar para trás...

Estou cansada de tanta inconstância, estou cansada da obrigação de estar viva!

Estou farta de, para viver, ter de fazer comida, lavar loiça, trabalhar em algo que não se..."vê"..., lavar roupa, estendê-la, recolhê-la, tomar banho, ter que andar vestida, ensinar filho, ensinar cadela, arrumar roupa, limpar tudo, ter terríveis saudades do maridão e vira o disco e toca o mesmo...Odeio o quotidiano e, no entanto, não me imagino sem ele...

Com o meu amor aqui tudo parece diferente...embora estes pensamentos sejam recorrentes mesmo com ele aqui! Sempre o foram desde que me lembro de existir. Como me livrar desta "praga"?

Às vezes apetece-me MESMO desistir, entrar no oceano e não olhar para trás!


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SAUDADE


Amar-te-ei sempre!!!