terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Boas Festas

sábado, 26 de setembro de 2009

sábado, 25 de julho de 2009

Arquitectura fractal?

Um estudo recente sobre a complexidade e os padrões fractais através da física, revelou-se importante também para a arquitectura. A fascinante “viagem” de Nikos A. Salingaros, professor de matemática na Universidade do Texas num artigo que intitulou " Arquitectura, testes padrões e Matemática" teoriza que “o sistema visual humano é especialmente receptivo a padrões”. Nesta teoria de Salingaros os padrões são definidos como “regularidade em alguma dimensão” e a matemática como uma ciência de padrões. Assim, pode ver-se como a matemática, os padrões e o gestaltismo (psicologia da forma) começaram a “entrelaçarem-se” e a ter aplicação na arquitectura. O papel dado à humanidade passa pela necessidade inata e inconsciente de “gerar padrões” e, aplicando psicologia básica, poderemos perguntar: será que os seres humanos são seres inseguros num universo caótico? … E em caso afirmativo, será então que a arquitectura preenche a ânsia de encontrar significado(s), explicação, compreensão das coisas? E se a simetria e padrões são preferidos ou considerados “bonitos” será que isso implica inversamente que o design aleatório, paredes “despidas”, pouca cor nos padrões sejam julgados como não-preferíveis ou até “feios”?

Nikos Salingaros diz-nos que, historicamente, os arquitectos eram matemáticos e que as duas disciplinas eram indistintas. As construções de pedra da época medieval denotavam um forte conhecimento de filosofia platónica, proporção e matemática e, para eles, todo o seu trabalho baseava-se na máxima pitagórica de que “tudo é numérico”. “Estudando as estruturas góticas apercebemo-nos de que as suas características geométricas e matemáticas são inteiramente tecidas nas características básicas estruturalmente físicas. Nas Culturas clássicas e na Renascença europeia os “arquitectos matemáticos” tinham padrões específicos em mente quando projectavam/desenhavam as suas estruturas, estruturas essas que reflectiam todos esses processos que são inerentes e inatos na mente humana...

sábado, 30 de maio de 2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Da Criança...

A criança é criativa porque é crescimento e se cria a si própria. É como um rei, porque impõe ao mundo as suas ideias, os seus sentimentos e as suas fantasias. Ignora o mundo do acaso, pré-elaborado, e constrói o seu próprio mundo de ideais. Tem uma sexualidade própria. Os adultos cometem um pecado bárbaro ao destruir a criatividade da criança pelo roubo do seu mundo, sufocando-a com um saber artificial e morto, e orientando-a no sentido de finalidades que lhe são estranhas. A criança é sem finalidade, cria brincando e crescendo suavemente; se não for perturbada pela violência, não aceita nada que não possa verdadeiramente assimilar; todo o objecto em que toca vive, a criança é cosmos, mundo, vê as últimas coisas, o absoluto, ainda que não saiba dar-lhes expressão: mas mata-se a criança ensinando-a a limitar-se a finalidades e agrilhoando-a a uma rotina vulgar a que, hipocritamente, se chama realidade...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Bodas de Cerâmica

Foi hà 9 anos... que fugimos para casar... :)

...E hoje acredito, mais do que nunca, nas nossas praias de areia vermelha!

Amo-te e amar-te-hei sempre e indubitavelmente!!!

Parabéns Rapaz Maravilha!


"A vida é um milhão de novos começos movidos pelo desafio sempre novo de viver e fazer todo sonho brilhar."

domingo, 26 de abril de 2009

Charlot no seu melhor!

Confesso que há anos que não ria assim!

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"Hoje levantei-me cedo a pensar no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha a função de escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está a chover ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou sentir-me encorajado para administrar as minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre a minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso queixar-me dos meus pais por não me terem dado tudo o que eu queria ou posso estar grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou entusiasmar-me com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planeei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está à minha frente à espera para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim."
- Charles Chaplin - 

terça-feira, 7 de abril de 2009

A Vida deve Ser um Sonho que se Recusa a Confrontos


Tudo quanto de desagradável nos sucede na vida - figuras ridículas que fazemos, maus gestos que temos, lapsos em que caímos de qualquer das virtudes - deve ser considerado como meros acidentes externos, impotentes para atingir a substância da alma. Tenhamo-los como dores de dentes, ou calos, da vida, coisas que nos incomodam mas são externas ainda que nossas, ou que só tem que supor a nossa existência orgânica ou que preocupar-se o que há de vital em nós.

Quando atingimos esta atitude, que é, em outro modo, a dos místicos, estamos defendidos não só do mundo mas de nós mesmos, pois vencemos oq ue em nós é externo, é outrem, é o contrário de nós e por isso o nosso inimigo.

Disse Horácio, falando do varão justo, que ficaria impávido ainda que em torno dele ruísse o mundo. A imagem é absurda, justo o seu sentido. Ainda que em torno de nós rua o que fingimos que somos, porque coexistimos, devemos ficar impávidos - não porque sejamos justos, mas porque somos nós, e sermos nós é nada ter que ver com essas coisas externas que ruem, ainda que ruam sobre o que para elas somos.

A vida deve ser, para os melhores, um sonho que se recusa a confrontos...
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Bernardo Soares, in "O Livro do Desassossego"

sábado, 21 de março de 2009

O Prazer de Viver

É o prazer de viver que dispersa, suprime a concentração, paralisa todo o impulso para a grandeza. Mas sem prazer de viver... Não, a solução não existe... A menos que seja uma solução fazer de um grande amor uma raiz e nele encontrar a fonte de vida sem o castigo da dispersão...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Supermercados

Os supermercados são os palácios dos pobres. Não são só os azarentos e os mal alojados, os que ao longo das gerações foram reduzindo os gastos da imaginação, que frequentam e, de certo modo, vivem o supermercado, as chamadas grandes superfícies. As grandes superfícies com a sua área iluminada e sempre em festa; a concentração dos prazeres correntes, como a alimentação e a imagem oferecida pelo cinema, satisfazem as pequenas ambições do quotidiano. Não há euforia mas há um sentimento de parentesco face às limitações de cada um. A chuva e o calor são poupados aos passeantes; a comida ligeira confina com a dieta dos adolescentes; há uma emoção própria que paira nas naves das grandes superfícies. São as catedrais da conveniência, dão a ilusão de que o sol quando nasce é para todos e que a cultura e a segurança estão ao alcance das pequenas bolsas. Não há polícia, há uma paz de transeunte que a cidade já não oferece.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Da Arte

A arte é, provavelmente, uma experiência... inútil; como a "paixão inútil" em que cristaliza o homem. Mas inútil apenas como tragédia de que a humanidade beneficie; porque a arte é a menos trágica das ocupações, porque isso não envolve uma moral objectiva. Mas se todos os artistas da terra parassem durante umas horas, deixassem de produzir uma ideia, um quadro, uma nota de música, fazia-se um deserto extraordinário. Acreditem que os teares paravam, também e as fábricas; as gares ficavam estranhamente vazias, as mulheres emudeciam. A arte é, no entanto, uma coisa explosiva. Houve e há decerto, em qualquer lugar da terra, pessoas que se dedicam à experiência inútil que é a arte, pessoas como Virgílio, por exemplo, e que sabem que o seu silêncio pode ser mortal. Se os poetas se calassem subitamente e só ficasse no ar o ruído dos motores, porque até o vento se calava no fundo dos vales, penso que até as guerras se iam extinguindo, sem derrota e sem victória, com a mansidão das coisas estéreis. O laço da ficção, que gera a expectativa, é mais forte do que todas as realidades acumuláveis. Se ele se quebra, o equilíbrio entre os seres sofre grave prejuízo.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Feliz dia dos Namorados

Ao amor da minha vida, desta e de todas as outras passadas e futuras...

Amo-te Pedro!!!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Requiem for a Dream

Decididamente uma das coisas mais positivas de ter um blog é poder "editar" nele qualquer coisa que nos apeteça! Gosto dessa liberdade e da boa disposição que isso me traz.

Apenas porque sim, porque me apetece e porque gosto de partilhar, aqui fica "Requiem for a Dream".


Música: Clint Mansell
Filme: Final Fantasy

domingo, 11 de janeiro de 2009

Fractal Psicadélico

As regras lógicas da matemática a que um fractal obedece, bem usadas, provocam subconscientemente uma expansão brutal da Percepção do observador. O cérebro percebe que há na imagem uma lógica. Lógica essa tão complexa que a mente humana não consegue abranger na integra... Ela esforça-se, sem que nos apercebamos, por a entender e expande-se nesse processo... Só assim explico que ao fim de um dia intensivo a ver fractais a minha mente estivesse tão mais cansada que num mero dia a ver imagens de outros tipos, e que ao fechar os olhos, delirasse com formas de um detalhe que nunca antes conseguira imaginar...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O Príncipe Feliz


Tenho saudades da primavera quando, da janela da minha casa vejo, todos os dias, a azafama das andorinhas que são os pássaros de que mais gosto. O encanto delas leva-me bem atrás no tempo e lembra-me uma inesquecível história que li na infância. E quando a magia de um conto nos acompanha desde a infância deixa de ser a criação de um autor individual e passa a ser uma pertença nossa.

É o que sinto em relação ao delicioso conto que vos vou contar ou relembrar, de Óscar Wilde: "O Príncipe Feliz" o qual, sendo artisticamente belo e puro, toca-nos profundamente com toda a sua deslumbrante ternura humana.

Era uma vez um Príncipe, que morreu, e depois da sua morte construíram-lhe uma estátua para que toda a gente visse a sua beleza. Tinha duas safiras nos olhos e um rubi na ponta da sua espada.
Existia uma Andorinha que não partiu com as suas amigas, porque se tinha apaixonado por um junco. A certa altura, ela fartou-se do tal junco e foi para a cidade.
A Andorinha abrigou-se entre os pés do Príncipe Feliz. Ela pensava para si própria que tinha encontrado um quarto coberto de ouro, pois o Príncipe era revestido de ouro.
De repente, quando a Andorinha estava prestes a adormecer, caiu-lhe uma gota na cabeça. Ela, muito admirada, olhou para cima e não viu nenhuma nuvem. De seguida caiu a segunda. Quando a Andorinha se preparava para ir embora, caiu-lhe a terceira gota; foi nessa altura que olhou para cima e reparou que as gotas vinham dos olhos do Príncipe Feliz. Muito espantada, perguntou-lhe porque chorava e o Príncipe Feliz, disse-lhe que estava a chorar, porque, antes de morrer e de o colocarem naquele lugar mais alto, nunca tinha reparado nas pessoas pobres, no seu povo, enfim. Mas agora, que reparava nisso tudo, quem lhe dera ainda estar vivo!
O Príncipe Feliz viu uma costureira a fazer um vestido para uma dama e logo pediu à Andorinha para lhe levar o seu rubi, pois o seu filho estava doente e com febre. O menino pedira à mãe tangerinas, mas a ela não tinha dinheiro para lhas comprar.
Então, o Príncipe voltou a pedir à Andorinha, convencendo-a a ficar. E lá foi ela colocar o rubi na mesa da costureira; de seguida foi ao quarto do menino e bateu as suas asas junto dele de tal modo que o menino perdeu a temperatura e adormeceu tranquilamente.
A Andorinha voou, poisou no ombro do Príncipe Feliz e disse-lhe tudo o que fizera. A certa altura, a Andorinha sentiu-se muito quente, apesar do ar fresco.
O Professor de Ornitologia viu uma Andorinha no Inverno e foi logo ao Jornal Local comunicar a estranheza.
A Andorinha disse ao Príncipe que nessa noite iria para o Egipto, mas ele pediu-lhe que ficasse mais uma noite, porque vira um jovem escritor num sótão, com frio e fome, que não conseguia acabar a sua história. Ele, desta vez, pediu-lhe que levasse um dos seus olhos que eram feitos de belas e raras safiras.
A Andorinha disse-lhe que não! Mas o Príncipe implorou-lhe e assim convenceu-a! Ela tirou-lhe uma safira, levou-a ao jovem, deixando-a nas violetas murchas da sua secretária. Quando a lua apareceu, ela voltou para o Príncipe Feliz. Queria despedir-se dele, mas o Príncipe pediu-lhe que ficasse mais uma noite, porque na praça mais abaixo estava uma menina que vendia fósforos e que os tinha estragado porque caíra! E que o pai lhe ia bater se não levasse dinheiro para casa. A Andorinha retirou-lhe a outra safira e levou-a “À Pequena Vendedora de Fósforos”.
A Andorinha disse, por fim ao Príncipe Feliz, que ele agora estava cego e que ficaria com ele para sempre.
O Príncipe disse-lhe que estava coberto de ouro e pediu-lhe que o levasse aos pobres que, quando viram o ouro, disseram que assim já tinham pão…Chegou a neve e a Andorinha teve cada vez mais frio.
Ela informou o Príncipe que ia embora e pediu-lhe para lhe beijar a mão. Mas o príncipe disse-lhe para ela lhe beijar os lábios e logo o coração dele se partiu em dois.
O Presidente da Câmara viu o Príncipe todo cinzento e sem jóias. Por isso decidiu pôr a estátua na fornalha a derreter, mas reparou que o seu coração não derretia. Deitaram-no ao lixo, onde também se encontrava a Andorinha morta. Deus pediu a um dos seus anjos para ir buscar as duas coisas mais preciosas da cidade. O Anjo levou-lhe o coração do Príncipe e a Andorinha.
Deus disse-lhe que fizera a escolha certa.
Disse-lhe também que no seu jardim, no Paraíso, a Andorinha cantará para sempre assim como, na sua cidade do ouro, o Príncipe o honrará para sempre.