sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Da Arte

A arte é, provavelmente, uma experiência... inútil; como a "paixão inútil" em que cristaliza o homem. Mas inútil apenas como tragédia de que a humanidade beneficie; porque a arte é a menos trágica das ocupações, porque isso não envolve uma moral objectiva. Mas se todos os artistas da terra parassem durante umas horas, deixassem de produzir uma ideia, um quadro, uma nota de música, fazia-se um deserto extraordinário. Acreditem que os teares paravam, também e as fábricas; as gares ficavam estranhamente vazias, as mulheres emudeciam. A arte é, no entanto, uma coisa explosiva. Houve e há decerto, em qualquer lugar da terra, pessoas que se dedicam à experiência inútil que é a arte, pessoas como Virgílio, por exemplo, e que sabem que o seu silêncio pode ser mortal. Se os poetas se calassem subitamente e só ficasse no ar o ruído dos motores, porque até o vento se calava no fundo dos vales, penso que até as guerras se iam extinguindo, sem derrota e sem victória, com a mansidão das coisas estéreis. O laço da ficção, que gera a expectativa, é mais forte do que todas as realidades acumuláveis. Se ele se quebra, o equilíbrio entre os seres sofre grave prejuízo.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Feliz dia dos Namorados

Ao amor da minha vida, desta e de todas as outras passadas e futuras...

Amo-te Pedro!!!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Requiem for a Dream

Decididamente uma das coisas mais positivas de ter um blog é poder "editar" nele qualquer coisa que nos apeteça! Gosto dessa liberdade e da boa disposição que isso me traz.

Apenas porque sim, porque me apetece e porque gosto de partilhar, aqui fica "Requiem for a Dream".


Música: Clint Mansell
Filme: Final Fantasy

domingo, 11 de janeiro de 2009

Fractal Psicadélico

As regras lógicas da matemática a que um fractal obedece, bem usadas, provocam subconscientemente uma expansão brutal da Percepção do observador. O cérebro percebe que há na imagem uma lógica. Lógica essa tão complexa que a mente humana não consegue abranger na integra... Ela esforça-se, sem que nos apercebamos, por a entender e expande-se nesse processo... Só assim explico que ao fim de um dia intensivo a ver fractais a minha mente estivesse tão mais cansada que num mero dia a ver imagens de outros tipos, e que ao fechar os olhos, delirasse com formas de um detalhe que nunca antes conseguira imaginar...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O Príncipe Feliz


Tenho saudades da primavera quando, da janela da minha casa vejo, todos os dias, a azafama das andorinhas que são os pássaros de que mais gosto. O encanto delas leva-me bem atrás no tempo e lembra-me uma inesquecível história que li na infância. E quando a magia de um conto nos acompanha desde a infância deixa de ser a criação de um autor individual e passa a ser uma pertença nossa.

É o que sinto em relação ao delicioso conto que vos vou contar ou relembrar, de Óscar Wilde: "O Príncipe Feliz" o qual, sendo artisticamente belo e puro, toca-nos profundamente com toda a sua deslumbrante ternura humana.

Era uma vez um Príncipe, que morreu, e depois da sua morte construíram-lhe uma estátua para que toda a gente visse a sua beleza. Tinha duas safiras nos olhos e um rubi na ponta da sua espada.
Existia uma Andorinha que não partiu com as suas amigas, porque se tinha apaixonado por um junco. A certa altura, ela fartou-se do tal junco e foi para a cidade.
A Andorinha abrigou-se entre os pés do Príncipe Feliz. Ela pensava para si própria que tinha encontrado um quarto coberto de ouro, pois o Príncipe era revestido de ouro.
De repente, quando a Andorinha estava prestes a adormecer, caiu-lhe uma gota na cabeça. Ela, muito admirada, olhou para cima e não viu nenhuma nuvem. De seguida caiu a segunda. Quando a Andorinha se preparava para ir embora, caiu-lhe a terceira gota; foi nessa altura que olhou para cima e reparou que as gotas vinham dos olhos do Príncipe Feliz. Muito espantada, perguntou-lhe porque chorava e o Príncipe Feliz, disse-lhe que estava a chorar, porque, antes de morrer e de o colocarem naquele lugar mais alto, nunca tinha reparado nas pessoas pobres, no seu povo, enfim. Mas agora, que reparava nisso tudo, quem lhe dera ainda estar vivo!
O Príncipe Feliz viu uma costureira a fazer um vestido para uma dama e logo pediu à Andorinha para lhe levar o seu rubi, pois o seu filho estava doente e com febre. O menino pedira à mãe tangerinas, mas a ela não tinha dinheiro para lhas comprar.
Então, o Príncipe voltou a pedir à Andorinha, convencendo-a a ficar. E lá foi ela colocar o rubi na mesa da costureira; de seguida foi ao quarto do menino e bateu as suas asas junto dele de tal modo que o menino perdeu a temperatura e adormeceu tranquilamente.
A Andorinha voou, poisou no ombro do Príncipe Feliz e disse-lhe tudo o que fizera. A certa altura, a Andorinha sentiu-se muito quente, apesar do ar fresco.
O Professor de Ornitologia viu uma Andorinha no Inverno e foi logo ao Jornal Local comunicar a estranheza.
A Andorinha disse ao Príncipe que nessa noite iria para o Egipto, mas ele pediu-lhe que ficasse mais uma noite, porque vira um jovem escritor num sótão, com frio e fome, que não conseguia acabar a sua história. Ele, desta vez, pediu-lhe que levasse um dos seus olhos que eram feitos de belas e raras safiras.
A Andorinha disse-lhe que não! Mas o Príncipe implorou-lhe e assim convenceu-a! Ela tirou-lhe uma safira, levou-a ao jovem, deixando-a nas violetas murchas da sua secretária. Quando a lua apareceu, ela voltou para o Príncipe Feliz. Queria despedir-se dele, mas o Príncipe pediu-lhe que ficasse mais uma noite, porque na praça mais abaixo estava uma menina que vendia fósforos e que os tinha estragado porque caíra! E que o pai lhe ia bater se não levasse dinheiro para casa. A Andorinha retirou-lhe a outra safira e levou-a “À Pequena Vendedora de Fósforos”.
A Andorinha disse, por fim ao Príncipe Feliz, que ele agora estava cego e que ficaria com ele para sempre.
O Príncipe disse-lhe que estava coberto de ouro e pediu-lhe que o levasse aos pobres que, quando viram o ouro, disseram que assim já tinham pão…Chegou a neve e a Andorinha teve cada vez mais frio.
Ela informou o Príncipe que ia embora e pediu-lhe para lhe beijar a mão. Mas o príncipe disse-lhe para ela lhe beijar os lábios e logo o coração dele se partiu em dois.
O Presidente da Câmara viu o Príncipe todo cinzento e sem jóias. Por isso decidiu pôr a estátua na fornalha a derreter, mas reparou que o seu coração não derretia. Deitaram-no ao lixo, onde também se encontrava a Andorinha morta. Deus pediu a um dos seus anjos para ir buscar as duas coisas mais preciosas da cidade. O Anjo levou-lhe o coração do Príncipe e a Andorinha.
Deus disse-lhe que fizera a escolha certa.
Disse-lhe também que no seu jardim, no Paraíso, a Andorinha cantará para sempre assim como, na sua cidade do ouro, o Príncipe o honrará para sempre.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

sábado, 6 de dezembro de 2008

Natal

É Natal, outra vez! 


O Natal é a única ocasião em que "O Mito do Eterno Retorno" (que nos diz que tudo se repete da mesma forma como um dia o experimentamos e que a própria repetição repete-se ad infinitum) e o "DEVIR" (e a passagem contínua do finito ao infinito e, inversamente, constitui o único processo infinito que se move em contrários, a unidade do ser e do não-ser, a essência do mundo. Heraclito viu nessa instabilidade de todas as coisas, na mutação contínua de todo ser, a lei mais geral do universo. Tudo flui, nada tem consistência, de maneira que não podemos "entrar duas vezes no mesmo rio". O universo é luta e paz; verão e inverno, fluxo e tempo, saciedade e fome, etc.) se encontram. 

Contraditório? Aparentemente sim. Mas... e se pensarmos como Heraclito?, que defendia que de um lado existia o Logos, que governava todas as coisas e, do outro, o devir que se desenrolava no interior de um círculo apertado por laços poderosos. Acreditava que era no interior de cada um de nós que se operavam as mudanças, dizia que a vida e a morte, a juventude, a velhice e o sono eram a mesma coisa, porque estes transformam-se naquelas e inversamente aquelas transformam-se nestes. 

E é assustador como todos os Natais eu reflicto àcerca disto! 

Em todos os anos da minha vida passada e futura existe Natal e eternamente retornará. Mas o Natal, o seu espírito e a forma de nele estar nunca são os mesmos e eu própria (já tão alterada pelo "devir" da vida) nunca sou a mesma. 

Este Natal é também pautado por dois extremos que se tocam: vou passá-lo apenas com o meu marido, filho, mãe, avô e gata mas, no entanto, acho que é o mais cheio de amor de todos!!! 

Amor que nos alimenta a alma e que vamos aprendendo (aprender - processo mutável e eterno) a valorizar e a preservar mas que, sendo "fogo que arde sem se ver", temos que aprender a tentear. 



Tal é o fogo de Heraclito, em que "o mundo é o mesmo para todos os seres, nenhum deus, nenhum homem o criou; mas foi, é, e será sempre um fogo eternamente vivo, que com medida se acende e com medida se apaga. " 

AMAR-TE-HEI SEMPRE PEDRO!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Geometria Sagrada

"O grande livro da natureza está escrito em símbolos matemáticos" - Galileu Galilei -

O que é a Geometria Sagrada?

Geo + Metria = medição da terra

Geometria Sagrada seria, então, o estudo das ligações entre as proporções e formas contidas no microcosmo e no macrocosmo com o propósito de compreender a Unidade que permeia toda a Vida.

Desde a Antiguidade, egípcios, gregos, maias, arquitectos das catedrais góticas, artistas como Leonardo da Vinci e outros…. todos reconheciam na natureza formas e proporções especiais, que traduziam uma harmonia e unidade em si…

Essas relações de forma e proporções consideradas sagradas na geometria e na arquitectura, também ocorrem de forma idêntica noutras áreas da expressão humana, como na Música. O estudo dos harmónicos, dos modos musicais vem fascinando os compositores e amantes da música há milénios. A mesma harmonia nos sons, nas formas, nas cores também se encontra na natureza, do microcosmo ao macrocosmo

Geometria Sagrada…

A linguagem mais próxima da Criação?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Jogo de Xadrez

É incrivel a forma como as crianças nos podem surpreender. É o caso do meu rebento de 5 anos que, após ter descoberto o xadrez (há duas semanas) não quer fazer mais nada e cada vez joga melhor. É, realmente, espantoso!!!
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E eu, que nunca tinha ligado muito ao xadrez, dei por mim a achar a história deste jogo muitissimo interessante:
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Há muitos séculos os gregos atacaram os troianos e cercaram a cidade de Tróia. A luta foi dura e os gregos não conseguiam derrotar os seus inimigos. O tempo passava e os troianos defendiam-se por todos os meios. Então Palamedes, chefe dos gregos, inventou um jogo, a Petteia, que prendeu a atenção dos soldados, já aborrecidos com a resistência do inimigo. Este jogo, segundo se julga, era uma espécie de xadrez e ganhou logo grande popularidade.

No entanto, nem todos aceitam Palamedes como criador do xadrez. Assim conta-se que foi na Índia que o jogo foi inventado por Sissa, ministro de um príncipe muito orgulhoso. Sissa resolvei dar uma lição ao seu senhor e provar-lhe que ele nada seria sem o apoio do seu povo. Depois de muito pensar o ministro inventou um jogo no qual o rei precisava do apoio de todas as outras peças para conseguir vencer o adversário. Encantado com o jogo que era o xadrez, o príncipe quis recompensar o inventor. Este pediu-lhe um grão de trigo para a primeira casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para a quarta e assim, sempre duplicando, até à última casa. O príncipe achou fácil satisfazer tal desejo, porém depressa viu que teria de dar a Sissa 18.446.744.073.709.551.615 grãos de trigo, o que equivalia a encher todos os continentes da Terra com searas. Então Sissa renunciou ao seu pedido - que sabia impossível - e explicou ao príncipe a ideia que tinha tido ao inventar o xadrez. Este cheio de gratidão nomeou-o seu primeiro ministro e conselheiro.
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Da Índia o jogo, que então se chamava Chaturanga, foi levado para a Pérsia onde ganhou muitos adeptos. Mais tarde, os árabes, ao conquistarem aquele país, ficaram de tal maneira entusiasmados com o jogo, que o trouxeram para a Península Ibérica, quando a invadiram. Daqui o xadrez espalhou-se para toda a Europa.

Foram os árabes que escreveram os primeiros livros exclusivamente dedicados ao xadrez e foram eles, também que compuseram os primeiros problemas de xadrez, pouco mais ou menos como aqueles que hoje vemos.

Aprendendo a jogar com os árabes, os habitantes da Península Ibérica desenvolveram muito a prática do xadrez. Os primeiros grandes jogadores são os espanhóis e um português.
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Foi um português que, em 1512, mais contribuiu para a modernização do xadrez, com um livro escrito em italiano «Libro da Imparare giocare a Scachi». Chamava-se este xadrezista Damião e era farmacêutico na vila alentejana de Odemira. Por este tempo, jogava-se muito xadrez em Portugal. Dizem os cronistas que D.João II levava sempre nas suas viagens um jogo portátil no qual as suas peças se espetavam no tabuleiro, com alfinetes, para não caírem com os solavancos que os carros puxados por cavalos davam nos caminhos mais difíceis dessa época...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O guardião de Sonhos

Porque ele existe e todos temos o direito ao nosso!!!

E porque os sonhos são, indubitavelmente, a fonte da vida e o nosso bem mais precioso...