segunda-feira, 28 de abril de 2008

Poema do Caos

Este é, indubitavelmente, o meu fractal preferido!!!


Nascemos do caos
de um delírios de corpos amando-se,
misto de paixão, suor e prazer.
Nascemos com a imensa necessidade de vida
e o incontrolável desejo de morte
que ronda os nossos passos
sombra negra
e certeza de partir.
Somos animais hipócritas vestidos de razão,
ocultando nas nossas veias o sangue vermelho do instinto.
Cai a minha máscara
e sei que preciso viver a intensidade de cada desejo.
Sentir sem medo de sentir,
caminhar sem medo de errar,
errar sem medo de acertar.
A minha alma adormece...
a chama daquilo que um dia poderia ter sido.
A minha vida espreita o dia de poder
explodir em riso e festa
aquilo que ainda guardo para viver.


sábado, 26 de abril de 2008

Metaforizando

É certo que as metáforas têm um poder enorme mas também possuem os seus limites. Os poetas (e os cientistas) sabem disso mas a maior parte das pessoas organiza o seu conhecimento sem ter em conta que o faz segundo metáforas. É um pouco como se continuassem a viver na caverna de Platão. As sombras são tomadas como a realidade e as suas vidas são organizadas pelas sombras.

No tempo de Newton, a metáfora para o Universo, era a de um relógio. O Universo era um mecanismo gigante, com rodas dentadas e leis imutáveis. Tudo se relacionava nessas engrenagens intrincadas com uma perfeição divina. Era o determinismo absoluto. A conclusão era óbvia. Onde existia um relógio, teria de existir um relojoeiro. Era inevitável. Darwin veio alterar isso tudo. A metáfora de Darwin era exactamente oposta. Não havia determinismo. Tudo era acaso e selecção natural. Não havia uma direcção preferencial, porque o divino deixava de ser necessário. A mecânica quântica veio reforçar o papel do acaso, por isso é que Einstein não gostava dela...

O corpo de conhecimento, conhecido como as ciências da complexidade, (que são a visão mais clara que temos hoje sobre o mundo), dão-nos hoje uma metáfora bem diferente. O Universo não é nem determinismo nem puro acaso. A nova metáfora poderia ser descrita como "Um processo criativo". A palavra "processo" captura o facto de ele ser orientado no tempo, do menos para o mais complexo e a palavra "criativo" reconhece que o acaso joga o seu papel, sendo impossível prever o futuro. Todo o Universo está em evolução e é um processo que desenvolve (ou desdobra) uma estrutura internamente coerente. As próprias leis físicas evoluem dentro desta estrutura e não são imutáveis, mas regularidades contingentes. Essa estrutura ao desdobrar-se cria novas qualidades ou propriedades emergentes, totalmente novas mas internamente coerentes entre si. As implicações filosóficas desta nova metáfora são evidentes. No meu ponto de vista, creio que fazermos todos parte de um processo criativo universal é uma metáfora profundamente humanista.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Quem somos nós?!

"O Homem é parte de um Todo chamado por ele mesmo de Universo: uma pequena parte, limitada no tempo e espaço. Ele vê-se como algo separado do resto. Ilusão que o limita a desejos pessoais, condicionando sua afectividade a algumas e poucas pessoas de sua tribo. Libertar-se desta prisão deveria ser o objectivo, aumentando o círculo de compaixão para amar todas as criaturas vivas e a natureza, em toda a sua beleza e magnitude."
- Albert Einstein -


"O conceito de realidade é importante, cada vez mais. Só percebendo tal conceito somos capazes de representar novas ideias. A realidade depende do observador e da sua capacidade de assimilar e interagir com a ilusão. Mais do que real e virtual, a realidade é por enquanto física. Até quando?"
– Albert Camus -


Porque adoro paradoxos e controvérsia, fico a aguardar a opinião de todos os amigos e visitantes.

;O)

domingo, 20 de abril de 2008

Nós já vivemos cem mil anos

Para indicar as duas formas de felicidade na vida, o budismo japonês usa as expressões "nin" e "ten". O "nin" é o mundo da paz; o "ten", o momento extraordinário da emoção e do amor. Assim sendo, o "nin" é a alegria, e um dia de "nin" corresponde a um ano de vida num mundo sem felicidade. Mas um dia de "ten" corresponde a mil ou a dez mil anos no tempo.

Tenho a sorte imensa de ter a meu lado alguém que percorre o caminho da vida, dedicando-me momentos de "ten" como este:

"Quando me olhas com esse teu olhar de quem se entrega incondicionalmente nos braços da paixão, do amor e da eternidade; quando o cheiro da tua pele me domina, acaricia e conduz; quando olho a profundidade azul, infinita dos teus olhos e revejo frame a frame cada segundo das nossas vidas; quando os nossos corpos se abandonam no encaixe mais perfeito que consigo imaginar; quando nos amamos até ao nascer do sol interrompendo o tempo mortal sem qualquer espécie de regras, receios ou preconceitos; quando nos entregamos totalmente um ao outro: reencontro-me sempre, seguro, na certeza da incondicionalidade imortal do meu amor por ti... Amo-te Ana!
Apesar dos altos e baixos da vida, quero que saibas que, és a mulher da minha vida! Todas as razões do meu amor, são alimentadas a cada dia por ti, pelo teu amor, e pela certeza de que estas eternidades somente se encontram uma vez na vida...
Desculpa-me se, por instantes me esqueci de me relembrar..."

Transcrição de: http://x1.cygnusnet.org/2008/01/ana.html

Obrigada meu amor, meu companheiro!!!
Vivamos, então, mais cem mil anos!!!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O ciclo perfeito da vida?

Charles Chaplin nasceu a 16 de Abril de 1889, faz hoje exactamente 118 anos.
Esse mestre da pantomina foi um dos maiores génios que passou pelo cinema e pelo mundo.

Charlot, aqui nessa obra incontornável chamada "Tempos Modernos", inesquecível em toda a sequência do homem-máquina.

Vou tomar a liberdade de usurpar as palavras do sapiente Charles Chaplin para partilhar convosco a concepção dele sobre o que seria o ciclo perfeito da vida:

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás para a frente. Nós deveríamos morrer primeiro, livrarmo-nos logo disso. Daí iríamos viver num lar de idosos, até sermos postos de lá para fora por estarmos muito novos. Ganharíamos um relógio de ouro e iríamos trabalhar. Então, depois disso, trabalharíamos 40 anos até ficarmos novos o bastante para podermos aproveitar a reforma. Nessa altura, curtiríamos o máximo, beberíamos bastante álcool, faríamos festas e preparar-nos-íamos para ir para a faculdade. De seguida, íriamos para o ensino secundário, teríamos vária(o)s namorada(o)s, tornar-nos-íamos crianças, sem nenhuma responsabilidade... Por fim, seríamos um bebé de colo, voltaríamos para o útero da mãe e passaríamos os últimos nove meses de vida flutuando. E terminaria tudo com um óptimo orgasmo! Não seria perfeito?"

Seria perfeito, sim, mas primeiro teríamos de passar por uma máquina do tempo, e fazer talvez uma experiência....(hum, que descanso) assim:

Mas nos nossos "Tempos Modernos" a imperfeição da vida, dos pensamentos, das formas, das cores, a imperfeição dos sonhos são como a perfeição de uma pele lisa e límpida, ou seja, tudo aquilo que nos parece perfeito é feito de muitas imperfeições juntas que, olhadas de longe, parecem... perfeitas.

Uma "imperfeição" pode ficar "perfeita" em determinado local, em determinada situação, em determinada pessoa. E dizemos "Perfeito!" a algo que olhamos quando nos afastamos um pouco. E tudo na vida é assim. Basta distanciarmo-nos o suficiente de tudo para o acharmos perfeito. Quando nos aproximamos e olhamos bem, com os nossos sentidos, vemos todas as imperfeições, todos os pormenores, todas as pequenas irregularidades que constituem a mais bela das obras, seja ela qual for. E, se virmos bem, são essas imperfeições que a tornam única, inimitável, transcendente, penetrante, incómoda e, ao mesmo tempo, pacificadora. É estranho, não é? Mas a vida é estranha.

É tudo uma questão de escala, poderá pensar-se. Sim, mas independentemente da escala, a imperfeição está lá, sempre presente, sempre imutável e eterna, tão eterna quanto a imperfeição pode ser. E nós nascemos dela, nascemos do ligeiro desequilíbrio de forças, nascemos da diferença, da alteração da perfeição, da alteração do equilíbrio.

Por isso é tão difícil manter o equilíbrio ao longo de um percurso, qualquer que ele seja. Há sempre variações, há sempre imperfeições. A perfeição e imperfeição são a mesma Palavra, a mesma personificação da origem, são A origem e não são antagónicas. Elas nunca se poderão separar porque são unas, indivisíveis...Mesmo e especialmente quando se ama muito!

E eu, na minha douta imperfeição, já nem sei se a perfeição existirá, mas o amor existe, nós sabemos! Pela crença que temos nele e na vida!

Ele - Alguma vez sentiste que o mundo é perfeito, o teu mundo é perfeito mas incompleto?
Ela - E se eu te disser que completas algumas das imperfeições do meu pequeno mundo?
Ele - Dir-te-ía que sou apenas um espelho da perfeição que foge ao brilho do teu olhar!
Ela - O brilho que nos falta nos dias em que o amor é agreste , trazes-mo tu, meu amor, (noutros dias) sempre, sempre de volta...

Amo-te Pedro!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Bastet / Bast - a Deusa Gata do Nilo

Matéria recorrente nos "comix" e em especial nas histórias de Neil Gaiman, a crença nos Deuses seria o sopro que os mantém eternos. Se é verdade, BAST ou BASTET (a quem é tradicionalmente consagrado o dia de hoje - 15 de Abril) continua tão viva agora como há 5000 anos atrás. Há igrejas modernas dedicadas ao culto dos antigos deuses de Kemet, onde a Deusa Gata é rainha.

Em http://www.per-bast.org/ Stephanie Cass mostra num ensaio o resultado de suas pesquisas sobre Bast, com links para os sites oficiais dos cultos. Em inglês. Por aqui, apenas deixo algumas curiosidades mitológicas...

Durante grande parte da história egípcia, animais vivos associados a deuses foram criados nos templos, onde viviam com mimado luxo. Um crocodilo que representava o deus do Sol, da Terra e da Água descansava no tanque do templo Crocodilópolis. O íbis de Thoth era guardado em Hermópolis. Uma gata que representava uma deusa da alegria e do amor vivia preguiçosamente num templo em Bubastis. E, quando estes animais morriam eram mumificados como seres humanos.

O culto dos animais e da natureza é comum às sociedades primitivas, nas quais o homem é dominado pelo mundo que o cerca e existe graças a ele. Mas, à medida que este homem adquire mais experiência e aprende a enfrentar a natureza, o respeito pelos mistérios naturais diminui ao mesmo tempo que aumenta a valorização das qualidades humanas. Neste momento, os seus deuses passam por um processo de transição de conceitos zoomórficos para antropomórficos, abandonando a forma animal para assumir a forma humana. Foi exactamente o que ocorreu com os egípcios. Algum tempo antes do advento da Primeira Dinastia, o antromorfismo, concepção dos deuses sob forma humana, apareceu na religião egípcia.

Mas a tradição não morre com facilidade e os velhos conceitos religiosos não são substituídos da noite para o dia. Os egípcios incorporaram o antropomorfismo pouco a pouco, fundindo as três ideias da natureza, do animal e do homem. Uma das primeiras divindades que experimentaram esta fusão foi Sekhmet com sua cabeça de leoa.

No Templo de Luxor, cães e gatos viviam em paz. Mas os egípcios não olhavam para eles com olhar indiferente ou compassivo. "Estes seres", diziam eles, "são receptáculos da alma. Não têm necessidade de conhecer os espíritos porque eles são os espíritos."

Eu rodopio e giro
eu me escondo e procuro
brinco e caminho
divertindo-me e gracejando

Minhas oportunidades
de me divertir são infinitas
e o prazer
que isso me dá
me faz ronronar.

Os desafios da vida nunca me detém
pois eu sei como me tornar inteira
brincando.
Bast ou Bastet: é a deusa gata - de Bubastis (cidade do Delta do Nilo), era guardiã das casas, feroz defensora de seus filhos, representando o amor maternal. É também a deusa da música e da dança, protectora de todos os gatos, mas inimiga das serpentes. Filha do Sol, encarna o aspecto pacífico da deusa Sekhmet. Os egípcios parecem ter tido dificuldades para dissociar estas duas divindades e dizem que Bastet e Sekhmet são uma única pessoa com personalidades e características diferentes. A primeira é amável e sossegada, enquanto que a segunda é guerreira implacável. Quando Bastet se enfurecia transformava-se na terrível Sekhmet uma leoa que punha fogo pela garganta. Passada da cólera metamorfoseava-se novamente em gata, reassumindo sua docilidade.

Na sua forma primitiva era representada como uma mulher com cabeça de leoa, que levava numa das suas mãos a cruz ankl, símbolo da vida e na outra, um ceptro. Mais tarde, adopta a iconografia de uma gata. Esta gata aparece então, majestosamente erguida sobre suas patas traseiras e adornada com jóias, ou como uma mulher com cabeça de gata.

Quando se apresenta na forma de gata, esta deusa está ligada à Lua (seu filho Khensu, era o deus da Lua). Quando representada na forma de leoa é associada à luz solar. Bastet também é conhecida como a "Senhora do Leste", enquanto que Sehkmet é a "Senhora do Oeste". Bastet é esposa e irmã do deus Sol e a alma da Isis. Bastet era sempre representada com uma ninhada de gatinhos a seus pés para simbolizar a fertilidade.

O gato, tão amado pelos egípcios, não era apenas um felino ardiloso e inteligente. É também a encarnação de , de Hathor e de Bastet. O templo de Bastet mantinha gatos sagrados que eram embalsamados em grande cerimónia quando morriam. Todo aquele que matasse um gato no Egito recebia sentença de morte. Gatos pretos eram especialmente sagrados a Bast, por isso é muito tê-los em casa. O símbolo do gato preto era utilizado pelos médicos egípcios para anunciar a sua capacidade de cura.

E termino felinamente com gatos dos "tempos modernos":
O GATO E A LUA

domingo, 13 de abril de 2008

Gatices

Olá a todos,

Resolvi, por mariquice, fazer um curto interregno na minha ausência temporária, só para vos mostrar esta fotografia caseira, a possível, da nossa Maria (novo e definitivo nome da "fera" eh eh eh), que está uma delicia.

Voltarei com mais tempo mas, até lá, leiam só estas 3 citações de autores...consagrados (risos).

Beijinhos e até breve ;O)


"O menor entre todos os gatos é uma obra prima"
- Leonardo da Vinci -


"Duas coisas são esteticamente perfeitas no mundo: relógios e gatos"
- Emile Auguste Chartier -

"Respeitar o gato é o começo do senso estético."
- Erasmus Darwin -

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Ausência temporária

Queridos amigos e visitantes:

Por razões de "força maior" (risos), vou estar ausente deste espaço por uns dias. Essas razões prendem-se com o facto de que adoptei uma gatinha bebé e vou hoje buscá-la. Visto que este novo membro da família vai precisar de muita atenção, terei de lha dar na percentagem máxima que me for possível, aproveitando para me deleitar com esta miniatura felina.

Entretanto aqui ficam umas..."divagações" de boas vindas à gatinha Matilde:

"Ode ao Gato

Os animais foram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça, vôo.
O gato,
só o gato
apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.

O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato
do bigode ao rabo,
do pressentimento ao rato vivo,
da noite até seus olhos de ouro.

Não há unidade
como ele,
não tem
a lua nem a flor
tal contextura:
é uma só coisa
como o sol ou o topázio,
e a elástica linha em seu contorno
firme e sutil é como
a linha da proa de um navio.
Seus olhos amarelos
deixaram uma só
ranhura
para jogar as moedas da noite.

Oh pequeno
imperador sem orbe,
conquistador sem pátria,
mínimo tigre de salão, nupcial
sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor
na intempérie
reclamas
quando passas
e pousas
quatro pés delicados
no solo,
cheirando,
desconfiando
de todo o terrestre,
porque tudo
é imundo
para o imaculado pé do gato.

Oh fera independente
da casa, arrogante
vestígio da noite,
preguiçoso, ginástico
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta
dos quartos,
insígnia
de um
desaparecido veludo,
seguramente não há
enigma
na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti e pertences
ao habitante menos misterioso,
talvez todos o acreditem,
todos se acreditem donos,
proprietários, tios
de gatos, companheiros,
colegas,
discípulos ou amigos
do seu gato.

Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço ao gato.
Tudo sei, a vida e seu arquipélago,
o mar e a cidade incalculável,
a botânica,
o gineceu com seus extravios,
o pôr e o menos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casaca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro,
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença,
o seu olho tem números de puro. "

- Pablo Neruda -

Voltarei brevemente e, com toda a certeza, felinamente inspirada.
Até lá, um grande bem haja para todos!

domingo, 6 de abril de 2008

Quero ser livre contigo

Apenas um grito:

Contra as amarras do quotidiano...
e com a urgência com que respiro, aqui te digo
que te amo
e quero ser livre contigo!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A linguagem do Caos

Como todos já devem ter reparado, os fractais (do latim “fractus” que significa “quebrado”, irregular) exercem em mim um imenso fascínio: pelo que eles representam e pela sua omnipresença universal. Apreciá-los é um dos grandes prazeres que tenho na vida e, por isso, quero partilhar.

Desde os primórdios, a curiosidade e a inteligência humanas levaram-nos a procurar padrões naquilo que era aparentemente aleatório. Assim se foi construindo o conhecimento científico, descortinando a ordem que se esconde por detrás dos fenómenos naturais. A Teoria do Caos, ao contrário do que o nome possa sugerir, vem no seguimento dessa busca de um padrão em todo o comportamento irregular.

Podemos entender os fractais a partir da geometria fractal que busca, exactamente, padrões organizados de comportamento dentro de um sistema aparentemente aleatório. São as estruturas de auto-semelhança, quebradas, complexas, estranhas e belas desta geometria que conferem uma certa ordem ao caos, e esta é muitas vezes caracterizada como sendo a linguagem do caos.

O que é nos fascina então neste Caos, que veio destruir as aspirações humanas de ordem universal? É que ele é um velho conhecido do Homem: das suas emoções, das suas atitudes, das suas decisões. Ele representa aquilo que temos de espontâneo, mesmo quando tentamos ser racionais. Ele representa as incertezas de sempre, mesmo quando achamos que temos resposta para tudo. Mas também representa que temos algo a dizer sobre o nosso futuro, que as nossas acções, por insignificantes que pareçam no geral, podem ter um peso fundamental; que o devir não deixou de estar nas nossas mãos. Ele representa o próprio Homem, nunca esquecendo que somos partes semelhantes ao todo original…