Charles Chaplin nasceu a 16 de Abril de 1889, faz hoje exactamente 118 anos.
Esse mestre da pantomina foi um dos maiores génios que passou pelo cinema e pelo mundo.
Charlot, aqui nessa obra incontornável chamada "Tempos Modernos", inesquecível em toda a sequência do homem-máquina.
Vou tomar a liberdade de usurpar as palavras do sapiente Charles Chaplin para partilhar convosco a concepção dele
sobre o que seria o ciclo
perfeito da vida:
"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás para a frente. Nós deveríamos morrer primeiro, livrarmo-nos logo disso. Daí iríamos viver num lar de idosos, até sermos postos de lá para fora por estarmos muito novos. Ganharíamos um relógio de ouro e iríamos trabalhar. Então, depois disso, trabalharíamos 40 anos até ficarmos novos o bastante para podermos aproveitar a reforma. Nessa altura, curtiríamos o máximo, beberíamos bastante álcool, faríamos festas e preparar-nos-íamos para ir para a faculdade. De seguida, íriamos para o ensino secundário, teríamos vária(o)s namorada(o)s, tornar-nos-íamos crianças, sem nenhuma responsabilidade... Por fim, seríamos um bebé de colo, voltaríamos para o útero da mãe e passaríamos os últimos nove meses de vida flutuando. E terminaria tudo com um óptimo orgasmo! Não seria perfeito?" Seria perfeito, sim, mas primeiro teríamos de passar por uma máquina do tempo, e fazer talvez uma experiência....(hum, que descanso) assim:
Mas nos nossos "Tempos Modernos" a imperfeição da vida, dos pensamentos, das formas, das cores, a imperfeição dos sonhos são como a perfeição de uma pele lisa e límpida, ou seja, tudo aquilo que nos parece perfeito é feito de muitas imperfeições juntas que, olhadas de longe, parecem... perfeitas.
Uma "imperfeição" pode ficar "perfeita" em determinado local, em determinada situação, em determinada pessoa. E dizemos "Perfeito!" a algo que olhamos quando nos afastamos um pouco. E tudo na vida é assim. Basta distanciarmo-nos o suficiente de tudo para o acharmos perfeito. Quando nos aproximamos e olhamos bem, com os nossos sentidos, vemos todas as imperfeições, todos os pormenores, todas as pequenas irregularidades que constituem a mais bela das obras, seja ela qual for. E, se virmos bem, são essas imperfeições que a tornam única, inimitável, transcendente, penetrante, incómoda e, ao mesmo tempo, pacificadora. É estranho, não é? Mas a vida é estranha.
É tudo uma questão de escala, poderá pensar-se. Sim, mas independentemente da escala, a imperfeição está lá, sempre presente, sempre imutável e eterna, tão eterna quanto a imperfeição pode ser. E nós nascemos dela, nascemos do ligeiro desequilíbrio de forças, nascemos da diferença, da alteração da perfeição, da alteração do equilíbrio.
Por isso é tão difícil manter o equilíbrio ao longo de um percurso, qualquer que ele seja. Há sempre variações, há sempre imperfeições. A perfeição e imperfeição são a mesma Palavra, a mesma personificação da origem, são A origem e não são antagónicas. Elas nunca se poderão separar porque são unas, indivisíveis...Mesmo e especialmente quando se ama muito!
E eu, na minha douta imperfeição, já nem sei se a perfeição existirá, mas o amor existe, nós sabemos! Pela crença que temos nele e na vida!
Ele - Alguma vez sentiste que o mundo é perfeito, o teu mundo é perfeito mas incompleto?
Ela - E se eu te disser que completas algumas das imperfeições do meu pequeno mundo?
Ele - Dir-te-ía que sou apenas um espelho da perfeição que foge ao brilho do teu olhar!
Ela - O brilho que nos falta nos dias em que o amor é agreste , trazes-mo tu, meu amor, (noutros dias) sempre, sempre de volta...
Amo-te Pedro!