Quando o nosso labirinto de pedra se transforma num ramalhete renovado, só nos resta agradecer (a quem?, ou: a quê?) pela maravilhosa sincronia dos encontros. Destrutivos, os encontros: despeço-me sorrindo da parcela de mim que ruiu. Restou algo vago, uma modalidade de… sopro? Talvez: movimento. Germinação.
Descobri há pouco - peço perdão (a quem?, ou: para quê?) por isso - que, clichê dos clichês, nada do que é humano me é estranho. A minha parcela de humanidade arrasta-me; não o impedirei. Nada é digno da minha atenção e do meu esforço além do contacto possível entre os homens. Os homens: por trás de cada olhar há um universo singular e infinitamente móvel. Jamais saberei o que se passa por trás dos olhos de alguém: palavras como certeza e exactidão matam o movimento, tolhem o contacto.
Mas: por trás dos meus olhos há o mesmo, um silêncio cadenciado, uma constância de mortes e renascimentos, um movimento que é motor de si mesmo; germinação. Por trás dos meus olhos há o mesmo: única certeza, fonte de todo reconhecimento possível, único antídoto autentico para a solidão.
Bom dia: acordei.
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