domingo, 25 de maio de 2008

Viajar no Tempo IV - Supercordas

A Teoria das Super Cordas (entenda-se estas cordas como minúsculos "laços", os constituintes elementares da matéria que vibram de acordo com a sua energia e não como sendo partículas pontuais - tal como aprendemos na escola) surgiu para tentar esclarecer alguns aspectos do comportamento das partículas elementares, para os quais a Mecânica Quântica e a Teoria Geral da Relatividade apresentaram algumas dificuldades ao tentar explicá-los. Apesar de a Física das Partículas Elementares ter obtido muito sucesso ao se utilizar da Teoria Quântica para descrever o comportamento e as propriedades dessas partículas, essa teoria somente funciona bem quando a gravidade é tão fraca, que pode ser desprezada ou mesmo assumida a sua não existência.

A Teoria da Relatividade Geral de Einstein, que engloba a Lei da Gravitação Universal de Newton, é capaz de descrever muito bem as órbitas dos planetas, a evolução das estrelas, o "Big Bang" e até os buracos negros; entretanto, para que essa teoria seja satisfeita, é necessário que o seu Universo seja totalmente clássico (Newtoniano) e que a Mecânica Quântica não faça parte da Natureza Universal. O grande desafio da Física actualmente é unificar essas duas teorias básicas: a Teoria Quântica e a Teoria da Relatividade, numa teoria completa a respeito das partículas subatómicas. Existem, actualmente, várias teorias ou modelos parciais que descrevem muito bem certos aspectos dos fenómenos subatómicos, ainda que não completamente.

A Teoria das Super Cordas, com certeza, também tem suas deficiências, mas ela pode servir de elo entre a Mecânica Quântica e a Relatividade Geral (e a gravidade) para explicar o comportamento de partículas que interagem num ponto singular do espaço-tempo à "distância zero" uma das outras, como acontece no interior dos núcleos atómicos. Como é que essas partículas tão infinitamente pequenas, com massa quase zero e que, por esse motivo, não deveriam apresentar um efeito gravitacional forte, podem estar tão próximas umas das outras? Os físicos têm tentado encontrar uma explicação para esse paradoxo há muito tempo e costumam chamar esse efeito gravitacional, ainda inexplicável, de Gravidade Quântica.
Vale a pena ressaltar também que, segundo alguns pesquisadores, a Teoria das Super Cordas não é uma teoria pronta e definitiva, e ela hoje é subdividida em vários caminhos, nos quais as variáveis são as mais diversas, indo desde o formato das cordas (aberto ou fechado), o tipo de partículas elementares a que elas dariam origem (bosões, fermiões ou ambos), até o número de dimensões no espaço-tempo para que a teoria fosse possível (de 10 a 26 dimensões)...

Posto isto, imaginemos, de uma forma muito..."simplista", uma outra teoria sobre como poderíamos viajar para frente e para trás no tempo usando a ideia das supercordas, sendo que estas podem cobrir toda a extensão do universo e estão sob imensa pressão: milhões e milhões de toneladas.

Estas supercordas gerariam uma enorme quantidade de força gravitacional sobre quaisquer objectos que passassem perto delas. Os objectos presos a uma supercorda poderiam viajar a velocidades incríveis e, já que a força gravitacional delas distorce o espaço-tempo, poderiam ser usadas em viagens no tempo. Aproximando duas supercordas talvez fosse possível deformar o espaço-tempo o suficiente para criar curvas de tempo próximas.

Uma nave espacial poderia transformar-se numa máquina do tempo usando a gravidade produzida pelas duas supercordas para se lançar ao passado. Para isso, faria um trajecto circular, em forma de "laço", em torno das supercordas. No entanto, ainda há muita especulação sobre se estas cordas existem e, em caso afirmativo, qual a forma exacta que teriam. Pensa-se que, para voltar apenas um ano no tempo, seria preciso um laço de corda que contivesse metade da massa-energia de uma galáxia inteira. E, como com qualquer máquina do tempo, não poderíamos voltar mais longe do que o ponto em que a máquina do tempo foi criada...

Mas, se algum dia pudermos desenvolver uma teoria realizável para viajar no tempo, abriríamos uma caixa de Pandora de problemas/paradoxos extremamente complicados...
.

7 comentários:

Anónimo disse...

Fantástico esse artigo, Lyra!

Não conhecia a teoria direito e menos ainda a sua relação com viagens no tempo.

É fascinante mesmo.

Viajar no espaço é ainda mais fascinantes, não?

Yara e Marcelo

Liberdade disse...

Excelente explicação!

Mas...será que algum dia será exequível?

Abraços virtuais.

Anónimo disse...

Teoria M?

Porque será que todas as teorias que surgem vão sendo ultrapassdas à nascença?

Curioso, não é?

Beijinhos para ti, Lyra e uma excelente semana.

Oliver Pickwick disse...

O negócio já é complicado, e ainda diz que as super cordas são minúsculos laços. ;)
E pensar que Einstein torceu o nariz para a Física Quântica, justo o segmento da Física que corroborou de vez a Relatividade Especial.
Um beijo!

kakauzinha disse...

Nunca se sabe, talvez seja tudo possível. Realmente há cabeças fantásticas que chegam a horizontes desconhecidos. Fico à espera, pode ser que ainda veja "algo mais" nesta vida.

Bjs

Noslen ed azuos disse...

É põe complicado nisto, vamos seguir a viagem.

bjs
NS

Å®t Øf £övë disse...

Lyra,
Eu como leigo nesta matéria, apenas me resta dizer que para mim isto não passa de teorias, porque não é possível prová-lo. E como se costuma ouvir dizer, o que é verdade hoje é mentira amanhã. E a história já nos provou isso tantas vezes.
Bjs.